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Um sobre dois


Tenho andado em meios de transporte ruins, vivido meias aventuras, sentido meias emoções, que corto ao meio por estar meio cansada de sentir demais.
Tenho lido livros só pela metade (mais por falta de vontade do que por qualquer outra desculpa meia boca).
Ando recusando convites pra sair por estar meio sem grana, meio sem saco.
Feito trabalhos meio mal redigidos por entender muito pouco de cada coisa.
Tenho iniciado projetos de vida e abandonado na metade.
Tenho tido meias vontades, todas meio incompletas por medo de arriscar as meias coisas que possuo.
Hora, meio que acredito em acaso, hora não acredito em nada.
Estive dormindo de meia noite e acordando ao meio dia, mas por meio de uma inspiração e umas meias vontades, mudei. Agora eu durmo metade das horas que dormia antes, mas isso meio que não tem feito diferença alguma.
Até agora estou quase no meio do caminho aos 40 e desde metade da minha vida não cheguei a lugar algum.
Tenho caminhado no meio fio usando usado meias furadas que o cachorro meio gay e de estatura mediana adotado pelo meu namorado morde e rasga.
Olhando pra ele, sinto falta dos meus cachorrinhos e da minha amada cadela de meia idade.
Esses cachorrinhos, meio bichos, meio anjos que utilizam o olhar como um meio de comunicar-se e chegar até nossos corações tentam me ensinar coisas que sou humana demais pra compreender. Queria ter metade das qualidades que eles têm.

Minha vida anda meio estranha.
Como um copo meio vazio.
Se bem que os otimistas diriam que é meio cheio.

Uma coisa é certa. Pelo menos o meu coração, ah, esse está completo.
O resto, é só de importância relativamente mediana.

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Declaração pública de amor

Está é uma declaração de amor aberta. Sinta-se a vontade para ler, mesmo sabendo que estás espiando por entre a declaração de outrem. Mas o gostinho de ver uma novela da vida real e se inspirar nas felicidades dela são sempre tão boas, não é? Sinta-se a vontade.


Caio
Você se lembra de quando nos conhecemos? Sei que lembra, pois falamos desses tempos sempre. Da sensação quente e estranha de estar apaixonado. Aquele gostinho de primeiro amor.
Lembra de quando você foi morar em outro estado e o quanto sofremos? Eu tinha me convencido que aqueles tempos durariam para sempre. Mas aqui estamos, não é?
Eu estava perdida em pensamentos e me lembrei de quando acendemos uma velinha vermelha e apagamos as luzes pra ficar dançando juntos. Nós sorriamos um para o outro de tanta pureza.
Já devemos ter crescido mais do que nos demos conta. Se pudéssemos espiar através do tempo e olhar o passado, veríamos duas crianças sorrindo uma para a outra, com um sentimento nos olhos que já se sabia que era amor, mas que nem imaginavam a proporção que ele poderia alcançar.
Os dois garotos usando fardinhas e estudando no ensino médio se transformaram em universitários, um pouco mais perto da realidade, mais perto de alcançarem seus sonhos.
A cada dia que passa, o que eu sinto por você não para de crescer. E hoje, 3 anos, 5 meses e 23 dias depois de ter dito "Sim" ao seu pedido de namoro posso afirmar, com toda certeza, que estou mais apaixonada por você hoje do que em todos os dias anteriores.
Afirmo isso de olhos vermelhos de tanto chorar, chorar de amor.
É uma declaração de amor daquelas que vem do fundo, arrasando tudo, como as catástrofes naturais.
É piegas, é brega e estou cheia de saber que todas as cartas de amor são ridículas, e talvez, eu seja a mais ridícula de todas.
Acabaram minhas palavras, mas não minhas lágrimas. Talvez eu deva parar por aqui antes que essa escrita me consuma por inteira. Poucas cartas que escrevi alcançaram o nível imersivo como nesta. É um sentimento devastador, e o melhor de tudo é saber que esse peso pode ser compartilhado com você. Tudo fica tão mais fácil quando eu sei que você faz parte da minha vida.
Nem sei o que fiz de tão bom pra te merecer, sabia?
Só pra afirmar o óbvio, preciso dizer: Eu te amo, Caio.

Sempre sua, 
Jade Lacerda.

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