
Tenho andado em meios de transporte ruins, vivido meias aventuras, sentido meias emoções, que corto ao meio por estar meio cansada de sentir demais.
Tenho lido livros só pela metade (mais por falta de vontade do que por qualquer outra desculpa meia boca).
Ando recusando convites pra sair por estar meio sem grana, meio sem saco.
Feito trabalhos meio mal redigidos por entender muito pouco de cada coisa.
Tenho iniciado projetos de vida e abandonado na metade.
Tenho tido meias vontades, todas meio incompletas por medo de arriscar as meias coisas que possuo.
Hora, meio que acredito em acaso, hora não acredito em nada.
Estive dormindo de meia noite e acordando ao meio dia, mas por meio de uma inspiração e umas meias vontades, mudei. Agora eu durmo metade das horas que dormia antes, mas isso meio que não tem feito diferença alguma.
Até agora estou quase no meio do caminho aos 40 e desde metade da minha vida não cheguei a lugar algum.
Tenho caminhado no meio fio usando usado meias furadas que o cachorro meio gay e de estatura mediana adotado pelo meu namorado morde e rasga.
Olhando pra ele, sinto falta dos meus cachorrinhos e da minha amada cadela de meia idade.
Esses cachorrinhos, meio bichos, meio anjos que utilizam o olhar como um meio de comunicar-se e chegar até nossos corações tentam me ensinar coisas que sou humana demais pra compreender. Queria ter metade das qualidades que eles têm.
Minha vida anda meio estranha.
Como um copo meio vazio.
Se bem que os otimistas diriam que é meio cheio.
Uma coisa é certa. Pelo menos o meu coração, ah, esse está completo.
O resto, é só de importância relativamente mediana.